A madrugada desta sexta-feira, 27, transformou-se num pesadelo inimaginável para uma família de Felgueiras e para toda a comunidade de Lousada. O que deveria ser apenas mais uma deslocação quotidiana tornou-se, em segundos, numa tragédia que abalou a região.

Maria Inês Pereira da Costa, uma criança de apenas sete anos, seguia com a mãe pela Estrada Carreira de Tiro, na freguesia de Alvarenga, quando o inesperado aconteceu. A viatura, ao entrar numa rotunda numa zona de forte inclinação, perdeu subitamente o controlo, descrevendo um movimento brusco que testemunhas referiram como “um desvio inexplicável, quase como se o carro tivesse sido puxado por algo invisível”.
Num instante, o veículo embateu violentamente contra um muro de pedra, num impacto tão forte que o som ecoou por várias casas da zona ainda adormecida.
O alerta chegou às autoridades às 07h32. Quando os Bombeiros de Lousada chegaram, encontraram um cenário devastador: a pequena Maria Inês já estava fora da viatura, em paragem cardiorrespiratória, rodeada por um silêncio pesado que contrastava com o som frenético das sirenes.

As equipas médicas iniciaram manobras de reanimação imediatamente — foram minutos desesperados, descritos como uma “luta contra o impossível”. A criança foi transportada para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, acompanhada pela VMER, numa corrida em que cada segundo parecia pesar toneladas.
Mas, apesar de todos os esforços, o óbito foi confirmado no hospital, mergulhando profissionais, familiares e socorristas em profunda consternação.
A mãe, de 34 anos, sofreu ferimentos ligeiros e foi assistida no hospital, mas encontra-se emocionalmente devastada. Pessoas próximas revelam que a mulher “não consegue compreender como tudo aconteceu tão depressa”, repetindo fragmentos do momento do acidente num estado de choque quase absoluto.

A GNR está a investigar as causas do despiste e não exclui nenhuma hipótese. Alguns agentes descrevem o acidente como “estranhamente abrupto”, levantando questões que ainda permanecem sem resposta.
Na comunidade, o silêncio fala mais alto do que qualquer palavra. Velas começam a ser acesas discretamente junto ao local do acidente, onde moradores afirmam sentir “um peso no ar difícil de explicar”.
Maria Inês deixa para trás não apenas uma família destruída, mas uma aldeia inteira mergulhada numa dor que nenhum muro de pedra — por mais sólido que seja — conseguirá jamais conter.