Maria Botelho Moniz abre o coração e revela o lado mais duro da maternidade desejada: “O meu corpo ficou irreconhecível”

Depois de anunciar em direto que está grávida do seu primeiro filho, Maria Botelho Moniz decidiu dar voz à parte menos visível — e mais dura — do caminho até aqui. Numa conversa íntima e emotiva com Cláudio Ramos, a apresentadora falou sem filtros sobre os tratamentos de fertilidade, o impacto físico e emocional no seu corpo e os momentos em que quase perdeu a esperança.
Maria revelou que soube muito cedo que estava grávida precisamente porque estava a fazer fertilização in vitro. Apenas oito a dez dias após a transferência do embrião, fez o teste que confirmou aquilo que durante anos foi apenas um desejo. Mas até chegar a esse momento, o percurso foi longo, solitário e profundamente desgastante.

Ela e o noivo, Pedro Bianchi Prata, começaram a tentar engravidar em 2021. Durante muito tempo, ouviram sempre a mesma resposta dos médicos: estava tudo bem, era “uma questão de tempo”. Ainda assim, em 2022, decidiram procurar um especialista em fertilidade. Mesmo sem diagnósticos preocupantes, Maria sabia que não queria continuar à espera indefinidamente. Avançou então para medicação de estimulação da ovulação. O corpo respondeu bem, mas a gravidez não aconteceu.
Foi aí que tomaram a decisão mais difícil: avançar para a fertilização in vitro. O primeiro ciclo aconteceu em janeiro e acabou por ser um duro golpe. O corpo de Maria não respondeu como esperado e o ciclo teve de ser interrompido. A frustração foi avassaladora. Sozinha em Lisboa, enquanto Pedro estava na Arábia Saudita a competir no Dakar, Maria viveu um dos períodos mais difíceis da sua vida.

Sem romantizar o processo, a apresentadora descreveu com crueza os efeitos dos tratamentos hormonais: alterações de humor intensas, choro constante, dores de cabeça persistentes, falta de paciência, cansaço extremo e sensações físicas estranhas. “Estes tratamentos induzem-te uma espécie de menopausa”, explicou, confessando que janeiro foi um mês em que se sentiu emocionalmente no fundo do poço.
Apesar de tudo, Maria não desistiu. Entre quedas emocionais, esperança intermitente e um corpo que parecia já não reconhecer como seu, continuou a acreditar. Hoje, grávida e visivelmente emocionada, olha para trás com consciência de que o sonho da maternidade também pode ser um caminho de dor silenciosa, vivido longe das câmaras e dos sorrisos televisivos.
O seu testemunho tocou profundamente o público, não só pela felicidade do desfecho, mas pela coragem de mostrar que, para muitas mulheres, engravidar não é simples, rápido nem indolor — é uma travessia feita de resistência, vulnerabilidade e amor persistente.