Polémica explode na RTP1: Isabela Figueiredo ataca “O Preço Certo”, diz que o programa está “parado no tempo”, vê-o sem som e desafia a direção da RTP a substituir Fernando Mendes por cultura

A televisão pública foi sacudida por uma tempestade inesperada depois de Isabela Figueiredo, escritora premiada e voz respeitada do pensamento crítico português, ter decidido apontar fogo direto a um dos programas mais intocáveis da RTP1. Num texto publicado este domingo, 26 de outubro, a autora de A Gorda não poupou palavras e lançou um ataque frontal a “O Preço Certo”, o concurso apresentado por Fernando Mendes há mais de 20 anos.

O que para muitos é um ritual diário quase sagrado, para Isabela é um símbolo de estagnação. A escritora acusou o programa de estar “parado no tempo”, descrevendo-o como um produto televisivo antiquado, ruidoso e vazio de conteúdo, que já não deveria ocupar espaço nobre na grelha da televisão pública. A revelação mais surpreendente? Confessou que mantém o programa ligado — mas sem som. “Não aguento o chinfrim”, escreveu, explicando que observa apenas as imagens como quem espreita um aquário humano, para confirmar que o mundo continua a existir do lado de lá do ecrã.

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Apesar do tom duro, Isabela reconheceu alguma ternura no público que enche o estúdio: portugueses comuns, vindos de pequenas terras, felizes por alguns minutos de protagonismo. Mas nem isso salvou o formato do seu veredicto implacável. Classificou o concurso como “brejeiro”, excessivamente focado no consumo e desprovido de qualquer valor pedagógico ou cultural. “Quanto custa este tira-gorduras?”, ironizou, num sarcasmo que muitos interpretaram como um murro no estômago da televisão popular.

Segundo a escritora, O Preço Certo esgotou-se há muito e sobrevive apenas por inércia e audiências. “Já não se justifica”, escreveu, defendendo que a RTP não pode continuar refém de números quando tem uma missão pública a cumprir. Num gesto ainda mais provocador, Isabela dirigiu-se diretamente a José Fragoso, diretor de Programas da RTP, sugerindo que o concurso fosse substituído por música, teatro, documentários ou conteúdos culturais. “Que tal algo construtivo antes do jantar?”, atirou, numa pergunta que incendiou o debate.

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As reações não tardaram. Nas redes sociais, multiplicam-se críticas, aplausos, indignação e defesa cerrada de Fernando Mendes. Para uns, Isabela disse em voz alta o que muitos pensam em silêncio. Para outros, cruzou uma linha ao atacar um programa querido por gerações.

Uma coisa é certa: Isabela Figueiredo tocou num nervo sensível da televisão portuguesa — e o choque entre cultura e popularidade promete não ficar por aqui.