Tragédia e choque no desporto português: médico de 29 anos morre a metros da meta na Meia Maratona de Cascais, enquanto Miguel Oliveira sofre queda violenta, é operado de urgência e falha o GP do Japão

O dia que deveria ser de superação, festa e vitória pessoal terminou em tragédia absoluta. Um médico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, com apenas 29 anos, perdeu a vida de forma súbita durante a Meia Maratona de Cascais, colapsando a escassos metros da meta. O choque espalhou-se rapidamente entre colegas, atletas e profissionais de saúde, que descrevem o jovem como “uma pessoa especial, dedicada e luminosa”, alguém que salvava vidas durante a semana e desafiava os próprios limites nos tempos livres.

Segundo relatos, o médico caiu inanimado quando já se encontrava praticamente no final da prova. Apesar da assistência imediata no local, nada foi possível fazer. A notícia deixou o IPO mergulhado em consternação, com colegas incrédulos perante a perda de alguém tão jovem, ativo e aparentemente saudável. Nos corredores do instituto, fala-se de um silêncio pesado, interrompido apenas por lágrimas e homenagens improvisadas.

Quase em simultâneo, outra notícia ligada ao desporto e à fragilidade do corpo humano marcava a atualidade. O piloto português Miguel Oliveira, também de 29 anos e natural de Almada, foi submetido a uma cirurgia delicada após sofrer múltiplas fraturas no braço direito, na sequência de uma queda violenta durante os treinos livres do Grande Prémio da Indonésia de MotoGP. O acidente foi descrito como arrepiante, deixando o paddock em sobressalto.

Miguel Oliveira já foi operado para colocação de placa no braço direito

De acordo com a equipa Trackhouse, Miguel Oliveira foi operado na segunda-feira, no Hospital de Sant’Ana, na Parede, onde o Dr. Gonçalo Morais Sarmento e a sua equipa realizaram um procedimento cirúrgico complexo, colocando uma placa para estabilizar as fraturas. A intervenção correu bem, mas o piloto enfrenta agora um período de recuperação incerto, sem data definida para regressar à competição.

Para já, é certo que Miguel Oliveira falhará o GP do Japão, a 16.ª ronda do campeonato, sendo substituído pelo italiano Lorenzo Salvadori, piloto de testes da Aprilia. A equipa evita comprometer-se com prazos, sublinhando que a prioridade absoluta é a recuperação total do piloto português.

Duas histórias distintas, unidas por um ponto comum brutal: a linha ténue entre o esforço, a paixão e o risco. Num mesmo fim de semana, Portugal chora a perda irreversível de um jovem médico e prende a respiração pela recuperação de um dos seus maiores atletas. Porque, por vezes, a meta não é o fim — é onde tudo pode mudar num segundo.