Afastada da TV, Catarina Camacho deixa novo e duro desabafo: “E se eu morrer hoje? Talvez ninguém repare”

Catarina Camacho está há vários anos afastada de projetos em televisão, depois da sua saída da RTP, onde era apresentadora. Após isso, a comunicadora passou por uma difícil e dura depressão, sendo que, algum tempo depois, a situação ainda é delicada.

Através das suas redes sociais, Catarina partilhou, esta sexta-feira, 7 de novembro, um longo e pesado desabafo, que rapidamente preocupou alguns dos seus seguidores, que se mobilizaram em mensagens de carinho para si.

No texto, a antiga apresentadora recordou um dos dias em que viveu momentos de pânico mais intensos, num percurso de carro, levando-a a parar e a deslocar-se para “perto de um penhasco”.

Para além disso, a reflexão da comunicadora começou com um pergunta: “E se eu morrer hoje? Não de corpo, mas dessas mortes silenciosas que ninguém sabe porque ninguém vê?“.

Quantas vezes já morremos assim, vivos e de pé, e ninguém reparou? Nem nós. Em silêncio, com a luz da cozinha ainda acesa e a loiça por lavar. Pequenas mortes escondidas. Acho que morremos no exacto instante em que o coração perde a vontade e se cansa de sentir, mas continuamos a existir porque a vida exige presença, mesmo quando já não há nada para dar“, continuou.

Afastada da TV, Catarina Camacho deixa novo e duro desabafo: "E se eu  morrer hoje? Talvez ninguém repare" - Fama Show

Hoje, voltei a pensar naquele dia. O dia em que encostei o carro na via rápida. As mãos tremiam. Saí. Não sei explicar porquê. Talvez porque ficar era pior. Caminhei até ao penhasco. Sem perguntas nem respostas. E lá estava ele. Um homem. Um desconhecido com a vida partida nos olhos. A querer cair. Quase a desistir. Por um instante, o mundo inteiro coube ali — entre o corpo dele e o vazio do nosso silêncio. Se fosse hoje, talvez não ficasse atrás. Talvez me sentasse ao lado. Com as pernas penduradas no nada e os olhos no abismo. Não para o salvar. Não para o seguir. Só para lhe dizer, sem palavras: eu sei. eu também já estive aqui“, recordou.

Nada disto é sobre penhascos, quedas ou tragédias. Talvez seja apenas sobre o tempo …sobre horas iguais vividas em corações diferentes. Sobre os dias em que morremos por dentro mas continuamos a pôr o despertador para amanhã“.

Por fim, voltou a salientar: “E se eu morrer hoje?
Talvez ninguém repare.
Ou talvez — por instinto, por sorte, por ternura e empatia — alguém se sente ao nosso lado. Não para nos salvar. Apenas para coexistir no mesmo silêncio“.