Em palco, Ágata continua a sorrir. A voz mantém-se firme, os aplausos ecoam e milhares de fãs seguem-lhe fiéis, como sempre fizeram ao longo de décadas. Mas, quando as luzes se apagam e o silêncio regressa, a realidade impõe-se de forma cruel. Aos 65 anos, a cantora vive um dos períodos mais dolorosos da sua vida — longe dos holofotes, chora em silêncio.

Desde setembro de 2024, Ágata tem dedicado todas as forças a acompanhar o filho, Marco Caneira, de 45 anos, que cumpre uma pena de seis anos no Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Belas. A condenação, relacionada com um crime ocorrido em 2016, nos Açores, marcou de forma irreversível a vida da artista e da sua família.

Fontes próximas revelam que a cantora vive dividida entre dois mundos opostos: o da mulher pública, que sobe ao palco com profissionalismo e entrega total, e o da mãe devastada, que carrega um peso impossível de disfarçar fora do olhar do público. Cada concerto termina com aplausos… mas também com um regresso solitário a uma dor que não encontra palco nem canção capaz de a aliviar.
Apesar de nunca ter falhado com os fãs, Ágata enfrenta agora uma batalha íntima, feita de visitas, angústia e noites sem descanso. Amigos descrevem-na como “exausta, mas resistente”, alguém que se agarra à música como último refúgio para não sucumbir ao sofrimento.

A artista, que tantas histórias de amor e perda cantou ao longo da carreira, vive hoje uma tragédia pessoal que não escolheu — e que enfrenta longe das câmaras, com a dignidade silenciosa de quem sabe que nem todas as dores se podem partilhar.
Em frente ao público, Ágata continua a ser a cantora que Portugal conhece.
Mas, longe do palco, é apenas uma mãe a tentar sobreviver ao mais duro dos testes.