Numeiro e Mafalda Araújo conseguem ajuda decisiva para Ângela Pereira e reacendem a esperança onde já só havia silêncio
Quando tudo parecia perdido, a história de Ângela Pereira, a jovem de 23 anos que luta contra uma leucemia devastadora, ganhou um novo fôlego. O apelo desesperado que partilhou nas redes sociais, onde revelou que já não lhe eram dadas mais opções de tratamento, transformou-se num movimento nacional de solidariedade e acabou por chegar a quem podia, de facto, fazer a diferença.

O pedido de Ângela foi amplamente divulgado por várias figuras públicas portuguesas — Carolina Deslandes, Sofia Ribeiro, Luciana Abreu, Raquel Strada, os Calema, entre muitos outros — mas houve quem decidisse ir mais longe do que a partilha. Numeiro, acompanhado por Mafalda Araújo, passou da indignação à ação.
Determinados a não aceitar um “fim anunciado”, os dois viajaram urgentemente para Manchester, no Reino Unido, com um objetivo claro: estabelecer contacto direto com o National Aspergillosis Centre, unidade de referência mundial no tratamento do aspergiloma, a infeção fúngica rara e agressiva que está a colocar a vida de Ângela em risco. Este fungo representa atualmente o maior desafio clínico da jovem, cujo organismo se encontra extremamente fragilizado após tratamentos intensivos e um transplante de medula.

A missão teve resultados rápidos e concretos.
Já em Manchester, Numeiro e Mafalda conseguiram fazer chegar o dossiê clínico de Ângela ao reputado infectologista Chris Kosmidis, uma das maiores autoridades internacionais nesta área. Poucas horas depois, chegou a confirmação que devolveu esperança à família e a milhares de portugueses que acompanham o caso com o coração nas mãos.
“Já temos as informações clínicas. Enviámos um e-mail ao IPO do Porto e aguardamos resposta para percebermos de que forma podemos aconselhar da melhor maneira”, escreveu Chris Kosmidis numa mensagem dirigida a Mafalda Araújo.
Segundo foi partilhado posteriormente, o National Aspergillosis Centre contactou o IPO do Porto em menos de seis horas, num gesto que contrasta com o desespero e a sensação de abandono que Ângela descrevera dias antes. Neste momento, a equipa britânica aguarda uma resposta formal para que os dois hospitais possam articular diretamente, discutir o caso em detalhe e avaliar se ainda existem soluções terapêuticas possíveis.
“Resta-nos esperar pela resposta do IPO para que os hospitais conversem entre si”, explicou Mafalda, numa atualização emocionada nas redes sociais.

O que começou como um grito solitário transformou-se numa ponte internacional de esperança. Para Ângela Pereira, esta pode ser a oportunidade que lhe disseram já não existir. Para muitos portugueses, é também a prova de que, quando alguém se recusa a aceitar o silêncio como resposta, ainda é possível abrir caminhos — mesmo quando tudo parece fechado →